quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

TASCA DA TIA GRACINDA - Leiria

Ora aqui está um local dificil de descrever: O PETISCOS DA TIA GRACINDA....
Bom se calhar para o descrever o melhor será optar pela forma mais simples: TASCA mais TASCA não há...........!!!!!!!!!! A verdadeira TASCA direi mesmo.....
Tão Tasca, tão tasca, que desconfio que só existe ainda porque a famosa ASAE ainda não se lembrou de por lá passar. Ou se passou não a fechou por ser um local "tipico". Não sei e também para o caso não interessa. Existe e está localizada no Largo de Infantaria 7.

Fui lá 2 vezes tal era a dúvida em classificar e julgar o local.
Da 1ª vez ao jantar.
O espaço é digno de nota. Estando-se no exterior, no passeio, desce-se um ou dois degraus para entrar na Tasca.
Logo de frente para quem entra um balcão expositor com as diversas travessas dos petiscos que têm para oferecer. Tudo com um aspecto caseiríssimo mas muito pouco cuidado.
Dentro do expositor e em travessas conseguimos ver salada de polvo, bifanas, torresmos, iscas, orelha de porco, pataniscas de bacalhau, moelas, etc. Tudo cortado em grandes e grosseiros pedaços.
Lá dentro, uma pequena sala com meia duzia de mesas de formica e respectivas cadeiras a condizer. Tecto baixo em chapas de Tabopan..... Uma televisão pendurada num dos cantos.... Enfim um espaço que de agradável nada tem....
Pedi então um pratinho de moelas para provar, pataniscas e uma bifana. Para acompanhar um jarrinho de tinto da casa.
As moelas estavam macias e comestíveis mas devo confessar que já comi muito melhor, feitas por uma empregada que em tempos tive quando vivi no norte do País, a Dª Rosa.
As pataniscas, enormes, tinham grandes pedaços de bacalhau. Justiça lhes seja feita, não foi por falta de bacalhau que elas não estavam boas. Aliás, não me lembro de alguma vez na vida ter comido pataniscas tão bem recheadas de bacalhau. Mas tinham um grave defeito: estavam ensopadas em oleo.....
Por fim provei a bifana. Estava quase fria ( apesar do tempo que demorou a ser servida), rija e com excesso de pimenta. Um desconsolo total !
O vinho, um jarro de tinto da casa. Bebia-se e estava de acordo com o resto da refeição.

No entanto e como nessa noite soube que às 5as feiras serviam cozido ao almoço, não quis tomar decisões precipitadas e resolvi dar-lhes o beneficio da duvida.
Então na 5ª feira seguinte, ao almoço lá me apresentei eu.
Pedi meia dose de cozido.
Na mesa de formica com toalhetes de papel, puseram-me então à frente um prato de cozido pré-elaborado na cozinha. Aliás devo dizer antes, uma montanha de cozido metida num prato. Devo confessar que pratos demasiado cheios me tiram logo o apetite. Se me tivessem apresentado a mesma quantidade de comida numa travessinha ao lado do prato, provávelmente a minha reacção teria sido diferente.
Escusado pois será dizer que fiquei logo um pouco mal impressionado. Mas não há como começar a comer e julgar depois. Como dizia a minha bisavó, " o comer e o coçar vão do começar...".
Provei então os diversos enchidos e devo dizer que fiquei maravilhado. Não sei onde é que os donos da Tasca os compram mas eram claramente caseiros, à antiga e a saber a fumo. Fabulosos. A farinheira era a unica que destoava. O pedaço de orelha estava rijo " incomível".
Um detalhe interessante: encontrei no prato um pedaço de rabo de boi. Nunca tinha comido, não sabia que se punha tal ingrediente num cozido à portuguesa, provei e não gostei.
Tudo isto para dizer que para mim o cozido à portuguesa da Ti Gracinda não aprovou.

O vinho tinto da casa, meio jarrinho, é francamente mau. Mas não provem o branco pois esse então ( que também provei) é absolutamente imbebível.

Mas devo ser honesto: meia dose de cozido e meio jarro de vinho por Eur 5,00 não existe em parte nenhuma. Por isso, reclamar para quê?

A Tasca da Tia Gracinda tem a virtude de ter uma honestidade em termos de preço equivalente à qualidade da comida que serve e do espaço onde a serve. Quem procura luxos e mais qualidade que vá a outro lado pagar mais caro..... MAIS NADA !!!!!!!!!!

Numa escala de 0 a 10 atribuo 4 a este espaço. Vá lá se quiser mas deixe as pretensões à porta.

Um abraço do
DETECTIVE DA COMIDA

PALMEIRA DO DESERTO - Leiria

Ora aqui está um restaurante sem quaisquer pretensões. Um daqueles para o dia-a-dia.
Estive lá no dia 20/02/2010 ao jantar.
Num sitio muito escondido de Leiria, onde só se vai com alguém que já conhece pois de contrário nunca pensaríamos encontrar ali um restaurante. E claro está, não existe em lado algum uma indicação de existência de um restaurante.
Já agora fica aqui a morada: Quinta de Santo António - Leiria.
Contactos: 963 953 996 / 244 838 590
A melhor forma de lá chegar é, depois de estar no centro de Leiria, perguntar onde fica a Quinta de Santo António e a seguir perguntar a uma passante onde fica o restaurante. Explicar aqui é impossível. Seja como fôr fica aqui uma dica: fica perto da Av. Dr. Francisco Sá Carneiro.
O espaço é do mais simples e frugal que pode haver. Quem procura luxos e clientela sofisticada, esqueça!!!!
Fui lá jantar. O dono é também quem cozinha. Atencioso e simpático oferece o que melhor tem para servir mo dia.
Por sugestão do dono ( não há ementa escrita, ou pelo menos ela não veio à mesa) pedi um rosbife grelhado.
Antes colocou na mesa uns pratinhos com presunto ( aceitavel), salada de polvo ( muito tenro e gostoso, mas com pimentão... e para quem não gosta de pimentão......) e ainda um pratinho com uma febra grelhada cortada ás tirinhas fininhas e com bacon. Uma delicia!
Chegou o rosbife numa travessa de ferro coberta com uma tampinha metálica ( tipo restaurante chinês). Aspecto delicioso. E delicioso estava. Tenríssimo, desfazia-se na boca, muito bem temperado, com alho q.b..
Acompanhado com arroz branco ( simples mas saboroso) e batata frita caseira ( nada de congelados aqui).

Para beber experimentei um vinho branco. Não porque realmente fosse uma opção minha, mas por sugestão de quem me acompanhava. Um D. GUALDIM branco frisante da Adega Cooperativa de Ourém. Não bebam. E mais não digo !

Resumindo: um espaço simples e simplório, com uma cozinha limitada mas honesta, agradável e sobretudo caseira.
Ás 5as feiras ao almoço servem cozido como prato do dia a Eur 7,00. Ainda não provei mas fica aqui a promessa de que o farei breve. Logo eu que adoro cozido!!!!

Fiquei com ganas de ir lá um dia destes ao almoço provar os pratos do dia.....

Abraços
Detective da Comida

RESTAURANTE O FORNO - Almeirim

22/02/2010

Fui ontem almoçar ao Restaurante O FORNO em Almeirim.
Fica localizado no Largo da Praça de Touros, 23 e tem o telefone 243 592 916.
Tem duas salas, uma logo á entrada e outra ao fundo do estabelecimento.
A sala onde estive, a da entrada, é grande e despretensiosa.
A cozinha está á vista da clientela o que é sempre agradável de se ver até porque, pelo menos psicológicamente nos dá uma certa tranquilidade. Ficamos com a sensação de que ali nada há a esconder, que a qualidade é "transparente" e que a higiene é total. Mesmo que não passe de "uma sensação", pelo menos esse efeito é conseguido.
O serviço é excelente, rápido e eficiente. O funcionário que me atendeu, a simpatia em pessoa.
Comecei por uma Sopa da Pedra. Nem outra coisa poderia ser estando-se em Almeirim. Estava excelente e ainda por cima com a vantagem de ser possível pedir a sopa sem os coentros que normalmente utilizam, normalmente picados. E para quem não gosta de coentros como eu.....
Como eramos 2 pessoas pedimos 2 pratos diferentes: Cherne grelhado e Costeletas de Vitela.
Bem, aqui começou o drama. É que as doses no Forno são verdadeiramente monstruosas. Aliás o funcionário que nos atendeu teve o cuidado de avisar.
O Cherne ( 2 valentes postas) estava fresquíssimo. Grelhado exactamente no ponto por forma a não ficar nem demasiado seco nem mal passado. Acompanhava com batatas, cenouras e couves cozidas.
A costeleta de vitela na verdade eram 2. Imagine-se o que é pedir uma dose para 1 pessoa..... E não fazem meias doses....
Ambos os pratos estavam divinais.
Acompanhou a refeição um vinho branco PORTAS DO TEJO da Adega de Almeirim. Má escolha pois o vinho ficou muito aquém da refeição. Muito fraquinho mesmo para um regional Tejo. Na mesma região encontra-se bem melhor em brancos.
Para finalizar uma sobremesa da casa, também ela a condizer com os pratos principais em quantidade. Muito bem confeccionada. Por fim 3 cafés, um whisky novo e um whisky velho.
Pagou-se por isto tudo Eur 50,00. Não está caro não senhor, atendendo à qualidade e quantidade do que se comeu.
Resumindo, O FORNO é um sitio a revisitar e sobretudo a recomendar.
DETECTIVE DA COMIDA

A IDEIA

É normal todos nós vermos na imprensa, quase que diariamente, críticas e comentários feitos a restaurantes e á comida que nele se faz.
Mas, para mal dos meus pecados, após anos a ler diversas dessas criticas / avaliações fico sempre com a mesma impressão.
Na realidade, a maior parte dos restaurantes avaliados não são os "nossos restaurantes" do dia-a-dia. Tratam-se, na maior parte das vezes, de restaurantes caros e caríssimos, requintados, que a maior parte de nós não frequenta ou então frequenta uma vez por ano e em dia de festa.
Então que é daquela imensa e esmagadora maioria dos snack-bares, restaurantes, tascas, tasquinhas e afins que nós todos usamos todos os dias? Ninguém comenta.....
E se pararmos um pouco para pensar, são esses que nós utilizamos diáriamente. É neles que comemos a sopinha, o rissol, a sandes, o prato do dia, etc etc. E ninguém comenta porquê?
É que, dentro do estilo,  há deles muito bons, há deles assim-assim e também há deles péssimos.
Resolvi pois criar aqui um blog onde comentarei, a partir de agora, o sítios onde comi, o que comi e o que achei do espaço e do serviço. E fá-lo-ei na perspectiva de um utilizador comum, de gostos comuns, idêntico a milhões de outros portugueses.
Claro está que uma vez por outra poderei comentar um ou outro restaurante mais carote ( uma vez por outra também os frequento). Mas não será esse o "forte", certamente.
E sobretudo comentarei em linguagem normal e acessível a todos. Sim, porque há certas críticas por onde por vezes passo os olhos e quase que necessito de um dicionário ao lado para perceber o que o autor da mesma quer dizer..................
Bom e mais não me alongo, esperando que as mensagens que venha a publicar tenham alguma utilidade.
Um abraço
JP